Otoridade!


No Brasil, então, podemos ser caxias ou autoritários, como personagens típicos do mundo das leis e da ordem; podemos ser renunciadores e beatos que querem estar fora deste mundo, quando somos religiosos e pretendemos fundar um modo de existência paralelo; e podemos também ser malandros e jeitosos, políticos hábeis e sagazes, quando não enfrentamos a lei com sua modificação ou rejeição frontal, mas apenas a dobramos ou simplesmente passamos por cima dela.

Da Matta, Roberto. O que faz o brasil, Brasil?. Ed.Rocco, 12ª edição
Creio que esta definição sobre o modo de ser do brasileiro - de como ele se relaciona com as leis e as “otoridades” em seu cotidiano – é perfeita. Por mais que queiramos ser “caxias” e seguir todas as recomendações para o mínimo de ordem e cumprimento de leis, existe toda uma máquina burocrática e as indefectíveis “otoridades” que nos obrigam a transitar por todos esses modelos. Quem já não abriu mão de uma “cantada”( também conhecido como “jeitinho”) para conseguir alguma coisa diante de uma “otoridade”intransigente e cheio de “num pode” – mesmo que se tenha razão e esteja apenas e tão somente exercendo um direito adquirido ?

Não, não estou escrevendo errado, não. É “otoridades” mesmo. É aquele sujeito simplório, ignorante e desconhecedor até de sua própria função mas que tem uma farda, um uniforme ou está protegido por um balcão e tem o poder de “adiantar ou atrasar” sua vida com um simples carimbo ou número de cadastro em computador.

O mais curioso é como se dá a transformação em “otoridade”. Basta o sujeito colocar o crachá ou a farda e repentinamente a sensação é de que ele adquiriu super poderes, tal como um Clark Kent careta e certinho que entra em uma cabine telefônica e em 3 segundos lá está o Superman confiante e poderoso.

Se isso explica o comportamento das policiais que atiram primeiro e perguntam depois? Nada justifica, é claro. Mas enquanto as autoridades constituídas ( estas, de alguma forma, eleitas ou especialistas que ocupam cargos com relevância e que teriam o “poder”) falam em “capacitar melhor os policiais”, infelizmente a postura de alguns policiais que agem como verdadeiros “otoridades” e “donos do pedaço” continua sendo comum.

Morei alguns anos ao lado de um batalhão da PM. A postura de alguns desses “defensores da lei e da ordem” era deplorável: paravam os carros no meio da rua, não sinalizavam, desciam e batiam papo com os colegas. Quem estava atrás querendo passagem não podia buzinar. Um sujeito que ousou buzinar duas vezes foi “advertido” por 3 policiais que praticamente cercaram o carro; mulheres que passavam na rua eram paqueradas com todos os gracejos imagináveis; viaturas estacionadas em frente a garagens residenciais e o dono, para sair ou entrar, tinha que procurar por alguma “otoridade” que retirasse a viatura da frente. E tinha que pedir isso com todo o jeito possível...

Claro que não são todos os policiais, evidente. Mas no momento em que vestem a farda ou o uniforme e colocam os apetrechos, muitos se transformam no arquétipo da “otoridade”, o que os tornaria cômicos, se não utilizassem da truculência ( e às vezes até tiros) para se impor - e isso se aplica a alguns "seguranças" de lojas, estacionamentos e outros estabelecimentos comerciais.

As “otoridades” estão às pencas por aí. Não apenas no serviço público, mas também nas empresas privadas. A diferença é que em tais empresas as “otoridades” chamam os mortais do outro lado do balcão de “senhor /senhora”, além de tentar enrolar e testar a paciência do reles mortal. Experimente ir a um balcão de atendimento de uma dessas empresas que se acostumaram a resolver tudo via telefone.

Se há solução? Vai saber. Parece ser algo histórico, que já vem “encravado” no DNA brasileiro, desde o seu "descobrimento" ( leia o final da carta de Pero Vaz e veja um puxa-saquismo explícito para, logo depois, um "pedido especial" por parte do escrivão). Sem dúvida que um sujeito honesto e que procura levar seu dia-a-dia na retidão de seus atos revolta-se em ter que abrir mão do “jeitinho” para lidar com as “otoridades” atrás do balcão com um crachá ou com um fardamento qualquer e fazer valer seus direitos adquiridos ou mesmo conseguir uma simples informação.

Mas infelizmente o conceito de “bom cidadão” é aquele do sujeito que “paga todos os impostos”. Não raramente, para exercer a cidadania, só mesmo com o "jeitinho" para "amolecer as otoridade". Saindo disso, é "caxias". E é assim, nessa ambigüidade, que vamos "tocando a vida".


O AMOR É MESMO LINDO...
...não é verdade? Aposentados pelo INSS e que estejam viúvos ou à procura de uma companheira 30 anos mais jovem, linda e charmosa, basta seguirem o exemplo deste italiano, o tal de Flávio Briatore.

Tudo bem que ele é apenas o chefão da equipe Renault de F1 e dono de uma fortuna considerável, mas o que realmente importou para a moça ( Elisabetta Gregoraci, a nova esposa do empresário) talvez tenha sido outro fator - ou fatores. Bem, como diria um cantor de uma banda que eu não gosto, "quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração"? 

4 comentários:

  1. vc e SHOW!!!
    Suas observacoes de mundo SACODEM!!!

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  2. Realmente... essas "otoridades" ferram com a vida de gente honesta e correta...
    se colocam atrás de fardas e cargos para por puro desleixo ou prazer atrasar a vida ou abusar dos cidadãos de bem!

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  3. Realmente o amor é lindo! :) [e a conta bancária dele tbm!] - E as atualizações? Saudade de vc no meu blog! Bjo grande! Aninha

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  4. Ótimas colocações! Parabéns pelo blog! Obrigado por ter comentado lá no meu espaço, vc tb escreve de uma forma muito autêntica!!!

    Bjos

    Josi
    http://minhasmisturas.blogspot.com/

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